FOGO DE CHÃO
As longas e frias noites de inverno, nas primitivas tribos indígenas, levaram os nativos a descobrir o fogo de chão. Próximos de suas ocas construíam locais onde as famílias “uniam-se ao redor do fogo, alimentado pela tradicional lenha de angico”. Um pai-de-fogo, guarda-fogo ou tição-mestre garantia a sobrevivência da fagulha calorosa, que aquecia o gelo das noites grandes. As brasas encandecentes eram um verdadeiro convite para o doce aconchego, quando o frio parecia congelar o ideal, a vida e o próprio tempo.
Ao redor do fogo de chão os homens contavam às crianças, suas aventuras do dia-a-dia. As mulheres falavam dos episódios acontecidos nos momentos solitários, enquanto os homens caçaram ou guerreavam. Eram passadas em revista as mais belas lendas nativas. Boitatá, Jarau, Angueras, etc. Sangrentas revoluções, entre nativos e colonizadores. Lutas de posses e as maravilhosas escaramuças conhecidas com a chegada do cavalo, figura máscula da coragem e predestinação.
As crianças disputavam as bijouterias trazidas pelos estrangeiros. Os adultos contavam suas mágoas e alegrias. Ninguém interrompia quem detinha a palavra, a não ser para um aparte ou pergunta. As lidas campeiras passaram a ser a temática central, enquanto o chimarrão corria de mão-em-mão. Era a seiva energética dessa convivência em comunhão.
O fogo de chão aquecia o sentimento nativo do mestiço, projetando-se no ideal campeiro do gaúcho. Ao seu aconchego desfilou a história dos primeiros passos da formação de nosso pago. O cavalo, o gado, as domas, as tropeadas, as carreteadas, os aramados, as marcações, etc. As carreiras de cancha reta, cujos cavalos, figuras centrais daquele mundo ermo, levavam em suas patas, os desvairados sonhos de enriquecer, no desfilar de alguns minutos. As estórias de carreteadas de muitos meses, vencendo serranias impressionantes e outras, cujas missões ficaram sepultadas nos terríveis despenhadeiros.
Os mais nativos usos e costumes foram aquecidos pelo fogo de chão, transmitidos de gerações a gerações, germinando o núcleo de nosso Folclore Gaúcho. Com o fogo de chão surgiu a charla. Os adultos retiravam-se, rodeavam as brasas entrincheiradas sob guarda-fogos, para as conversações. Eram bate-papos sem solenidades ou formalismos, em forma de relatos ou troca de opiniões. Nas charlas é que foram tomadas as grandes decisões históricas de nossa terra.
Determinado momento, sob o calor do fogo, a concentração só era quebrada pelo ronco do mate-amargo. Nas chaleiras e nas cuias de porongo concentravam-se as atenções da espera do próximo chimarrão.
Nas charlas, como nas rodas de chimarrão, reinava a oportunidade equitativa entre peões e patrões. Todos esperavam chegar a sua vez para chupar a bomba de um chimarrão, assim como tinham o livre arbítrio para opinar sobre os assuntos em pauta.
Com a tradição do fogo de chão é que surgiram os galpões crioulos. Cobertos de capim, barreados, de pau-a-pique, táboas ou costaneiras, chão batido, os galpões de estâncias foram as sementeiras do Tradicionalismo.
No galpão, uma convivência efervescente, a cada noite, sob charla e fogo de chão, o tradicionalismo foi alicerçando seus parâmetros.
Para o gaúcho o galpão é uma instituição onde convivem supostos associados, compostos pelo pessoal da estância e seus visitantes. Muitas peças de nosso folclore nasceram dentro dos galpões. Cada galpão abriga um vasto património campeiro. São as utilizadas na vida campesina. Foi nos galpões que surgiu a figura do posteiro, agregado da estância, encarregado de zelar pelos bens da propriedade.
ABC do Tradicionalismo
Salvador Lamberty
Século XVIII. Uma partida de brasileiros atravessa as verdejantes campinas do Rio Grande do Sul. Impulsionados pela necessidade de braços para as lavouras, buscam o índio. Hão de avassalar as tribos ocupantes daquela região. Com esta disposição, viajam bem municiados e armados. Os índios Minuano, avisados pelas sentinelas, da aproximação dos brancos, montam em seus fogosos cavalos e, armados de flechas e boleadeiras e lanças, deixam seu acampamento e rumam para as coxilhas. Ao avistar os brasileiros se aproximando, os índios usam de sua tática de ocultar-se ao longo de dorso dos cavalos. Destarte, dificilmente saíram descobertos pelos inimigos. Imóveis, esperam eles o momento azado para atirar-se sobre os viajantes. Os brasileiros não são conhecedores dos hábitos e da tática empregada pelos índios habitantes das campinas do Sul. E avistando à distância o bando de cavalos pastando, tomam essa direção, muito senhores de si. Assim, ao se aproximarem os brasileiros, os índios despencam-se nos seus animais do cimo das coxilhas, em galopada, investindo contra os brancos com furiosas saraivadas de flechas. Respondem estes com tiros de armas de fogo. Nova investida dos índios, agora servindo-se das lanças, obriga os invasores a fugir em desordem. Caído por terra acha-se um moço ferido; a seu lado, uma jovem índia minuana. Fascinara-a a coragem do estrangeiro. O brasileiro sabe da sorte que o espera. E, interrogando a moça quando será sacrificado, responde-lhe esta que nada tema, pois estará a seu lado. Anima-o com palavras confortadoras, cheias de simpatia e compaixão pela sorte do estrangeiro. O prisioneiro é levado para o acampamento dos Minuanos. Enquanto esperam que se cure da ferida para sacrificá-lo, lhe dão toda a liberdade sob a vigilância das sentinelas. O jovem branco resolve fazer uma viola. Uma tarde, à sombra de uma árvore, com a pouca ferramenta de que dispõe, a muito custo vai improvisando um rústico instrumento. Inicialmente aparelha, em forma de espessa tábua, um pau de corticeira. Cava-o, dando-lhe a forma de viola. Coloca uma tampa com abertura circular para dar vibração ao som das cordas. Para colar a tampa, emprega o grude da parasita sombaré, das árvores da serra. E da própria fibra da parasita ele prepara as cordas para o instrumento. A índia já lhe tem muita amizade e está sempre a seu lado nas horas de folga. Enquanto lhe vê trabalhar, canta-lhe suavemente um canto doce e pitoresco da gente minuana. Ainda não passara um alua e já, na grande ocara do acampamento, celebra-se o ritual do sacrifício. Amarrado a um tronco está o prisioneiro. Todos os índios da nação, reunidos em volta dele, dançam e cantam sua morte. De quando em vez passam, de mão em mão, cuias contendo delicioso vinho, fabricado com o mel eiratim. Há um silêncio de morte em todo o acampamento. O chefe minuano ordena que soltem o prisioneiro e tragam-no a sua presença. Fitando o moço bem nos olhos, assim fala o cacique: - que aos teus irmãos sirva de lição esta última derrota. Ou não nos tornem vir a nos incomodar. Os que vierem nestes campos buscar escravos, hão de ser esmagados pelas patas de nossos cavalos. E tu pagarás com a morte a tua audácia e a dos teus! Contudo, o chefe Minuano diz ao condenado que faça o seu último pedido. Surpreende-se o branco com tal gesto. E, dotado de uma inteligência não vulgar, num relance percebe como poderá livrar-se da morte. Sabendo da emotividade e a influência que exerce a música sobre aquelas criaturas, pede que lhe tragam o seu instrumento de cordas. Quer tocar pela última vez; cantar uma balada de sua terra. É a jovem índia quem lhe traz a sua viola, debaixo dos olhares curiosos dos índios. Cheio de fé, o moço pega da viola. Depois de alguns sonoros acordes, entoa uma canção. E o rito bárbaro daquelas fisionomias rudes transforma-se como por encanto. Ouvem-se com enlevo, exclamando a todo instante: - Gaú-che! Gau-che! – a significar gente que canta triste. Sensibilizados pela doce cantiga do condenado á morte, os índios intercedem para que o sacrifício seja revogado. E, assim, o brasileiro fica morando com os Minuanos. Enamorado da jovem índia, casa-se com ela. E dessa bela união, do elemento branco com o indígena, resultou o tipo desse homem extraordinário que se chama gaúcho!
Nota de Barbosa Lessa: a versão gaú – cantar triste, e che – gente, é combatida por vários entendidos em questões lingüísticas, que alegam ser inexata essa explicação etimológica. Outras autoridades, porém, como Batista Caetano, aceitam essa tradução, e informam que ainda hoje, no Paraguai, há a forma guahú para designar o uivo tristonho do cão e, por analogia, o canto triste que possa assemelhar-se a esse uivo; quanto a Che – expressão gaúcha tão usual na conversação comum, pode significar fulano, pessoa, e aplica-se muitas vezes quando se quer chamar a atenção de um interlocutor, cujo nome próprio se desconhece.
DIVIDAMENTE TORIZADA...
Mai si o moço num si importá eu queria lhe propô, uma proposta porreta que o santo hai de aprová.
Ele anda bem cansado, tudo mundo sabe disso, e num tem pruque procurá puis tamém quero um marido.
Ele faiz a transação fajuta, inda leva a lovação e as reza e hai de tê um terço de lambuja.
De tudo, só o que eu peço é que o moço inda funcione, nem que seja na banguela, no tranco ô na ribancera, sinão vai dá choradera...
No mai, que tenha uma chopana, preu botá meus bibelô, água incanada e uma cama, tirá água de poço eu num vô.
E qui saiba contá história, que eu sô chegada im iscuitá, se subé tamém cantá eu prometo pro moço dançá.
Mai tem que amarrá as coisa antis módi no chão num ispaiá...
Muié eu sô, isso eu garanto faço armoço e faço a janta, nem careci pulá a fuguera que hai de lhe dá tremedera.
Intão fica ansim cumbinado, que si o santinho aprová manhã memo tamu casado.
Mai o sior vai me prometê dá fim naquela muierada que te rodeia no okut e tamém no tar gazzaga.
Que aquilo dá uma gastura dá cocera e inté friera, e num tem uma madura, tudo minina foguetera.
Fiz um acordo co santo, dibaxo dos pano, no paralelo, que se o sior tivé mintino vai tê é que pagá caro.
Ele vai lhe castigá, e a partir dessi dia tudo que anti subia nunca mai vai levantá, nem poera...eita!!!
rssssssssssssssssssss
E tenho dito! ops...tenho Santantonho!
Tererê das Bêra Mar...praguejenta.
www.amoremprosa.com/cirandas/331festajunina.htm
Na época da colonização do Brasil, após o ano de 1.500, os portugueses introduziram em nosso país muitas características da cultura europeia, como as festas juninas.
Mas o surgimento dessas festas foi no período pré-gregoriano, como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas, na época em que denominaram de solstício de verão. Essas comemorações também aconteciam no dia 24 de junho, para nós, dia de São João.
Essas festas eram conhecidas como Joaninas e receberam esse nome para homenagear João Batista, primo de Jesus, que, segundo as escrituras bíblicas, gostava de batizar as pessoas, purificando-as para a vinda de Jesus.
Assim, passou a ser uma comemoração da igreja católica, onde homenageiam três santos: no dia 13 a festa é para Santo Antônio; no dia 24, para São João; e no dia 29, para São Pedro.
Com o passar dos anos, as festas juninas ganharam outros símbolos característicos, por serem realizadas num mês mais frio e enormes fogueiras passaram a ser acesas para que as pessoas se aquecessem em seu redor. Várias brincadeiras entraram para a festa, como o pau de sebo, o correio elegante, os fogos de artifício, o casamento na roça, entre outros, com o intuito de animar ainda mais a festividade.
As comidas típicas dessa festa tornaram-se presentes em razão das boas colheitas na safra de milho. Com esse cereal são desenvolvidas várias receitas, como bolos, caldos, pamonhas, bolinhos fritos, curau, pipoca, milho cozido, canjica, dentre outros.
Quadrilha
A quadrilha é uma dança em compasso de 6 / 8, na qual quatro pares se situam frente a frente. Originou-se na Inglaterra, nos séculos XIII e XIV. Através da Guerra dos Cem Anos, a França assimilou alguns elementos culturais ingleses. A França adotou a quadrilha, tornando-a uma dança nobre. Rapidamente se espalhou por toda a Europa, sendo assim uma dança presente em todas as atividades festivas dos nobres.
No Brasil, a quadrilha é feita através de um animador que vai pronunciando frases enquanto os demais participantes se movimentam de acordo com elas.
Fogueira
Além de ser um símbolo da reunião de amigos e famílias, originalmente a fogueira tem outros significados: proteção contra espíritos maus, purificação, agradecimento e homenagem a deuses.
Balões
Significam uma oferenda aos céus para realização ou agradecimento por pedidos realizados.
Pau-de-sebo
É uma brincadeira em que a pessoa tem que escalar um mastro, de no mínimo 5 metros de altura, para conseguir algum prêmio no alto do mastro.
Fogos de artifício
Segundo a crendice popular, o som dos fogos de artifício espanta maus espíritos e desperta São João para a festa.
Casamento caipira
Encenação típica, quase sempre igual, em que a noiva fica grávida antes do casamento. O noivo tenta fugir e é preso pelo delegado e seus soldados, que o obrigam a casar.
Por serem de origem europeia, as festas juninas apresentam vários elementos que não são da cultura brasileira, mas que com o passar dos anos tornaram-se fundamentais.
Como eram festas realizadas pelas cortes, as mulheres usavam seus vestidos mais bonitos e rodados, motivo pelo qual se originou os vestidos das quadrilhas, feitos em tecidos de chita, bem coloridos.
As culturas Greco-romanas e dos celtas também deixaram suas marcas, pois praticavam cerimônias em volta de fogueiras, a fim de agradecer aos deuses pelas boas colheitas.
Dentre os enfeites das festas juninas, o mais comum são as bandeirolas. Esses apetrechos surgiram porque os três santos homenageados na festa tinham suas imagens pregadas em bandeiras coloridas e imersas em água, a famosa lavagem dos santos. Com isso, acredita-se que a água fica purificada, fazendo a purificação das pessoas que se molham com elas. Com o passar dos anos, essas bandeiras foram sendo substituídas pelas bandeirinhas menores, que trazem a mesma simbologia de purificar o ambiente.
Além disso, temos Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro. Os mais religiosos contam que as moças pedem um noivo para o santo, mas este só arruma o pretendente quando é castigado pela moça, sendo colocado de cabeça para baixo ou ficando com a cabeça mergulhada numa bacia com água.
O casamento caipira surgiu como chacota aos casamentos clássicos. A noiva aparece grávida e seu pai obriga o moço a assumir a responsabilidade, fazendo-o casar com uma espingarda apontada para a cabeça. Essa história é muito engraçada, pois o pai da noiva tem todo o apoio do delegado da cidade, que é seu amigo. Durante a cerimônia o noivo, que está bêbado, tenta fugir, mas sem sucesso. Após o enlace, os noivos puxam a dança da quadrilha.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Fotos: Lysandro Lima. Redação: Marília G. Boldorini -
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CACIMBA DE SANTA CRUZ: foi desativada (1968) e chegou a ficar soterrada. Em 1973, foi desaterrada e, em 1976, restaurada. Atualmente, é considerada um ponto turístico.
O local, que atualmente é um dos monumentos histórico-culturais de Lages, funciona como um parque desde 1976. Antes disso, ele era a fonte abastecedora de água potável de viajantes e moradores de Lages e oferece uma ótima visão da região.
Foto: Arquivo do Museu Municipal Capitão Henrique José Barbosa – CANGUÇU/RS
A CACIMBA DA PRATA, hoje esquecida, durante muitos anos abasteceu a cidade de CANGUÇU/RS e serviu de fonte de emprego a muitos aguateiros.
Construída em 1902 pelo intendente Coronel Hipólito Gonçalves da Silva, a cacimba da Prata ainda é muito confundida com a cacimba do Ouro. Além de sua importância como reservatório de água, a Cacimba da Prata, cujo nome ninguém sabe a origem, encerra em si uma lenda curiosa: "Visitante que bebesse de sua água sempre voltaria a Canguçu".
Possuía aquedutos em estilo romano, por onde era conduzida a água de um cerro próximo. A água que vinha de sua nascente era acumulada durante a noite em seu reservatório, de onde era distribuída para toda a cidade.
Em 1941, quando uma terrível seca assolou a cidade e todas as demais vertentes secaram, a Cacimba da Prata abasteceu, com sua água límpida e fresca, todas as casas de Canguçu. Suas torneiras mal conseguiam alimentar as intensas filas que se formavam buscar água.
Francisco Freitas, antigo morador, lembra que pessoas ganhavam a vida carregando água em latas ou pipas. Eram poucas as famílias que tinham poço em seu quintal e desta forma alguns carregadores tinham seus fregueses certos onde, dependendo da periodicidade, era cobrada uma taxa por dia ou por mês.
Outro antigo morador, Mozart Madeira de Oliveira, lembra inclusive de algumas pessoas que durante muito tempo carregaram água: seu João, que embora praticamente cego, fazia o carregamento numa pipa puxada por um burro, Liundina Fonseca ( Lindinha), carregou água até os 72 anos, puxando uma pipa de vinte litros, com a qual abastecia mais de 20 famílias. Dona Lindinha, conforme o senhor Mozart, desde a madrugada já se encontrava na cacimba juntando água e interrompia seu serviço quando chegava à noite. Como o terreno onde se localizava o reservatório ficava em lugar elevado e ela tivesse idade bastante avançada, os "moleques" que também carregavam água a auxiliava a conduzir sua pipa até a cacimba.
FONTE: Notícia do jornal "O Canguçuense" - Arquivo : 1 - Pasta: História
Museu Hist. Mun. Capitão Henrique José Barbosa
Segundo Céres da Rosa Goulart, em seu livro, "Pálidos traços da História de Cangussu":
“Desde os primórdios de Cangussu, desde a vila até acanhada e pequena cidade, o suprimento de água nas casas de família e nos hotéis, que na época não eram mais de dois, esteve a cargo das aguateiras."
"Um grupo de mulheres, sem recursos e sem herança a esperar, adotou a profissão de carregar água. Elas abriam um saco branco, daqueles de açúcar ou uma roupa velha, fora de uso e enrolavam mais ou menos como uma cobra grossa, que colocavam sobre a cabeça, onde equilibravam uma lata daquelas que vinham com querosene, cheias de água. Isto servia para amenizar o impacto da lata, do peso que carregavam. Caminhavam a passos lentos,olhando para frente, a lata sobre a cabeça um tanto inclinada e que nunca virava, tal a prática que adquiriam. Impossível calcular quantas vezes faziam o trajeto das cacimbas às casas e vice-versa, durante o dia. Primeiro ia a água para os hotéis e depois para as casas de família. E assim, de lata em lata elas enchiam barris, talhas de barro ou quaisquer outro recipientes que lhes era oferecido pelas donas de casa, o suficiente para o gasto de um dia inteiro. O trabalho delas começava com o clarear do dia e só terminava quando o sol ia se escondendo. Um trabalho duro, pesado, tão humilde quanto indispensável, com o que elas garantiam o suado e chorado pão de cada dia".
Postado por Zuleica Reyes Barbosa.
Sociedade Cultural e Recreativa Cacimba Nativa
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049 3521.0275 (9918.6531) Manoel
049 3521.0524 (8423.2563) Junior
049 3522.2128 Romildo